No último domingo, ao fazer o quinto gol na goleada contra o Fluminense, Jonas não resistiu e permitiu que as lágrimas saíssem pela emoção do momento especial que vive no Grêmio. Nada mais justo, visto que o atacante quase se tornou um vilão naquele jogo e saiu como herói. Do pênalti perdido, quando Tcheco deveria ser o cobrador oficial, Jonas saiu como artilheiro do Campeonato Brasileiro após 25 rodadas, com 13 gols, ao lado de Adriano do Flamengo.
Essa trajetória de virada e superação é algo que vem simbolizando Jonas em toda a sua história no Grêmio. Depois de uma temporada discreta em 2007, o atacante foi emprestado à Portuguesa para a disputa do Brasileirão 2008, quando marcou 10 gols, mais do os atacantes gremistas na competição; insuficiente, porém, para livrar a Lusa do rebaixamento.
Quando voltou ao Olímpico para esta temporada, Jonas estava na lista dos dispensáveis, junto com Ramon, Tadeu, Peter, Nunes e Bruno Teles. Tudo indicava que o atacante seria transferido a outro clube, segundo o então diretor de futebol André Krieger, que pediu demissão após a eliminação do Grêmio na Libertadores.
Mesmo assim, Jonas ficou no Grêmio, mas como patinho feio. Para a parte da torcida, Alex Mineiro, Herrera e Maxi López era os principais atacantes, enquanto Jonas era apenas uma opção de banco. Apesar disso, atacante gremista seguiu comendo pelas beiradas e assim foi ganhando o seu espaço e se firmando no time titular.
Mas Jonas ainda levaria mais uma pancada do futebol. Depois de surpreendente gol perdido contra o Boyacá Chicó pela Copa Libertadores da América, o jogador gremista foi chamado pelo jornal espanhol Mundo Deportivo de pior atacante do planeta. Ainda assim, ele não desistiu de mostrar o seu valor ao Grêmio.
Jonas é um atacante normal, que surpreendentemente pode errar os gols mais fáceis e fazer os mais difíceis. Porém são compreensíveis as suas lágrimas, pois para chegar à artilharia do Brasileirão e ganhar o respeito da maioria da torcida tricolor, ele teve que superar obstáculos para isso.